No entanto, a sua manipulação é relativamente fácil, o que tem vindo a causar prejuízos consideráveis para os consumidores no mercado automóvel. Saiba tudo!
Devido a essa fácil manipulação, é importante saber verificar corretamente a real quilometragem de um veículo. Este conhecimento ser-lhe-á útil perante a compra de um carro usado.
O conta-quilómetros do automóvel tem a função de medir e registar a distância percorrida pelo veículo, mensurando distâncias parciais e totais.
Mas afinal, quais os motivos da redução da quilometragem?
A quilometragem de um automóvel indica o nível de desgaste do mesmo, índice este bastante tido em conta na tabelagem do seu preço. O valor tende a ser menor, quanto maior tiver sido a distância percorrida pelo veículo.
Uma redução da quilometragem aumenta aparentemente o valor do veículo, o que leva a um preço de revenda mais elevado. Consoante a categoria e a idade do veículo, a manipulação do conta-quilómetros pode aumentar o valor monetário em vários milhares de euros.
Esta situação acaba por burlar não só compradores, mas também fabricantes de automóveis perante prestações de garantia, bem como empresas de leasing automóvel que dependem de pagamentos referentes ao número de quilómetros percorridos.
Como descobrir se a quilometragem de um veículo foi alterada?
Quando uma manipulação do conta-quilómetros é feita por um especialista, torna-se bastante difícil descobri-la, já que deixa de haver forma de provar que ocorreu uma manipulação. Ainda assim, há alguns indícios que podem ajudar a desvendar a burla.
A maneira mais fácil de se saber se a quilometragem é original, é por meio de comparação do valor registado no conta-quilómetros, com o que está registado em determinados documentos.
Se a correspondência entre o valor do conta-quilómetros e os registos aquando da inspeção periódica, em etiquetas de mudança de óleo, em faturas de oficinas ou em registos de manutenção não for plausível, isto é motivo para desconfiança.
Indícios de uma manipulação podem também tornar-se evidentes devido ao desgaste de componentes. Um desgaste do volante, de pedais, da alavanca das velocidades, dos cintos de segurança, etc. que não corresponda à quilometragem também deve despertar a atenção de qualquer comprador.
Contudo, há que ter em conta que determinados componentes são facilmente substituíveis, o que pode induzir em erro. Em caso de dúvida, pode fazer sentido consultar uma oficina especializada. Dependendo do modelo automóvel, a quilometragem pode estar registada em várias unidades eletrónicas.
Um perito poderá verificar, por exemplo, o valor registado na memória de erros ou na memória dos intervalos de manutenção do carro. Além disso, o perito pode verificar o estado geral do veículo, por exemplo, a presença de corrosão, o desgaste de sinoblocos, do condensador do ar condicionado etc. e dar a sua avaliação de plausibilidade da quilometragem tendo em conta estes aspetos.
Em 2017 a União Europeia adotou um regulamento que visa a proteção contra a manipulação de conta-quilómetros, obrigando os fabricantes de automóveis a protegerem sistematicamente os conta-quilómetros deste tipo de manipulação. Contudo, ainda é um campo com muito caminho a percorrer!
Duas das possibilidades propostas para resolver o problema são a transmissão automática e regular da quilometragem ao fabricante automóvel através do cartão SIM, do qual já muitos veículos dispõem de fábrica e o uso de chips eletrónicos seguros com recurso à tecnologia HSM (Hardware Secure Module), o que já é comum para certas aplicações em carros.
Conclui-se, assim, que a proteção dos conta-quilómetros contra a manipulação é um assunto que já está a ser estudado. Por isso, e até haver medidas definitivas neste campo, a Insparedes aconselha a que, caso decida comprar um carro usado, se faça acompanhar de um profissional especializado que o possa ajudar a comparar o desgaste com o que é transmitido pelo conta-quilómetros!
A Insparedes deseja-lhe Boas Viagens!
